Carta aos Romanos - Capítulo 09 (Explicação e Estudo)

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 ANÁLISE DA CARTA DE PAULO AOS ROMANOS – CAPÍTULO 9 (9.1-33)

Análise do texto

(1). “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração” – Romanos 9.1-2 (ACF).

Este capítulo começa com uma coleção de provas de que Paulo sentia grande tristeza e incessante dor no coração com referência ao seu próprio povo. Eis aqui a prova: ele fala a verdade em Cristo, ele não está mentindo, sua consciência testifica por ele na presença do Espírito Santo. O apóstolo dizia isso porque sabia como os judeus o difamavam (At 21.28).

(2). “Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne. Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” – Romanos 9.3-5 (ACF).

Paulo sentia profundamente por causa do seu povo, que aqui ele emprega a linguagem de um desejo inatingível. Eu mesmo desejaria ser anátema separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas segundo a carne. A linguagem aqui, parece a de Moisés, quando ele intercedeu junto a Deus para que o riscasse do Seu livro (Êx 32.31-32). Paulo faz agora uma lista das bênçãos que pertencem aos seus compatriotas: Eram israelitas possuidores da adoção - isto é, um povo do próprio Deus (Is 43.20-21). Eles tinham a glória. Esta tanto pode ser a glória de serem o povo de Deus, como a glória de Deus que aparecia no meio do Seu povo (Êx 24.16-17). “As alianças”, está no plural, porque Deus falou ao Seu povo sobre a Sua aliança com eles em muitas ocasiões. Poderia também ser traduzido para decretos. A legislação também lhes pertencia, isto é, a lei de Moisés, e o culto, ou a adoração a Deus, o ritual do Tabernáculo e do Templo. Eles tinham as promessas divinas, especialmente as promessas messiânicas.

Os pais: Abraão, Isaque, e Jacó, também lhes pertenciam. Mas a bênção mais importante era que Cristo, quanto à carne, vinha dos compatriotas de Paulo, os israelitas. Mas esse Cristo, que humanamente veio de Israel, foi muito mais do que um israelita, Ele era sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Conhecendo o lugar exaltado de Cristo, a aflição de Paulo por causa da cegueira de seu povo apenas aumentava.

(3). “Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência. Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho” – Romanos 9.6-9 (ACF).

O presente estado dos judeus não indica que a promessa divina tenha sido rescindida. Nem todos os que descendem de Israel são realmente o Israel. As promessas do Senhor em qualquer período da história, podem envolver ativamente quantos dentre o Seu povo Ele decidir. No caso dos filhos de Abraão, Deus fez uma escolha. Em (por meio de) Isaque será chamada a tua descendência. Lembrando que essa escolha não tem nada a ver com a salvação, mas sim para ser o patriarca que daria continuidade à aliança. Aqui se faz uma distinção entre os filhos da carne, que nasceram de Hagar e Quetura (Gn 16.1-16; 25.1-4) e Isaque, nascido segundo a promessa. Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa. Paulo coloca a negativa em primeiro lugar, para esclarecer que os filhos da carne não se tornam automaticamente filhos de Deus. Isaque nasceu por causa da promessa. Deus escolheu abençoar a humanidade através dele.

(4). “E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)” – Romanos 9.10-11 (ACF).

Os contemporâneos judeus de Paulo devem ter replicado: "Somos filhos de Isaque; daí podemos ter a certeza de que Deus não nos rejeitará". Mas Paulo mostra que Deus fez uma escolha entre os dois filhos de Isaque, antes mesmo deles terem nascido ou feito algo de bom ou mau. Tal escolha foi feita para que o propósito de Deus quanto a eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama. Lembrando novamente que essa escolha igualmente a de Isaque é a escolha para ser o patriarca que dará continuidade a aliança feita com Abraão, e não uma escolha relacionada a salvação ou condenação de ambos. A seleção divina não se baseia em obras legalistas, mas sobre Si mesmo e sobre o Seu plano para o mundo.

(5). “Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú” – Romanos 9.12-13 (ACF).

O que esta seleção envolve? O mais velho será servo do mais moço. Uma vez que esta seleção aconteceu antes que os gêmeos nascessem (Gn 25.23), Paulo certamente pensava aqui em dois indivíduos. Na citação de Ml 1.2-3, que volta-se para a conduta de Deus em relação a Jacó e Esaú, a ênfase cai sobre as nações. O que começou no período da vida dos fundadores dessas nações, continuou entre seus descendentes. A seleção relacionava-se com os papéis que os dois grupos iriam desempenhar na história. O Senhor demonstrou o Seu amor por Jacó, fazendo dos descendentes do patriarca os canais por meio dos quais Ele falava Seus oráculos, e tornava conhecida a Sua verdade.

Deus aborreceu a Esaú no sentido de que Ele não fez dos descendentes de Esaú canais de revelação, mas antes, como diz Malaquias: "Fiz dos seus montes uma assolação, e dei a sua herança aos chacais do deserto" (Ml 1.3). Voltando os olhos para a história de Esaú, Malaquias também usa sua palavra "aborreci", por causa da severidade da atitude de Deus com Esaú. A situação histórica de ambos os indivíduos e povos certamente afetam seu destino eterno. Mas a eleição em Rm 9.10-13 não é seleção para salvação eterna ou condenação. Antes, é uma seleção para desempenhar papéis para a qual Deus chamou indivíduos e nações no desenrolar da vida nesta terra.

(6). “Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer” – Romanos 9.14-18 (ACF).

Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. O fato de que a seleção divina não se baseia sobre obras humanas, não torna o Senhor injusto. Ele é livre, justo e soberano. Essas qualidades se observam em Sua atitude para com Moisés e Faraó. Sua declaração a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão (Êx 33.19). Veio depois que Israel cometeu o pecado com o bezerro de ouro. Sob esse aspecto Israel possivelmente não merecia a misericórdia de Deus. Tal idolatria como a deles só merecia a ira.

Misericórdia e compaixão não dependem de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Isto é, ninguém pode reclamar a misericórdia de Deus. Deus também derrama Sua ira quando acha que é necessário. O verbo "levantar" (vs. 17) foi traduzido melhor neste versículo: Para isto mesmo te levantei. Deus trouxe Faraó ao cenário da história no Egito com o propósito de mostrar o Seu poder e provar que o Seu nome seria proclamado em toda a terra. Faraó continuaria sendo teimoso se Deus o colocasse em outro lugar ou posição no Egito. Mas Deus o colocou sobre o Egito a fim de executar Seus próprios propósitos e planos.

Recordando os dois casos de Moisés e Faraó, Paulo conclui: Logo, tem ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz. Deus foi livre e soberano no endurecimento do coração de Faraó, mas não foi arbitrário. Um estudo em Êxodo mostra que Faraó endureceu o seu coração antes que Deus o endurecesse. E mesmo depois de tê-lo endurecido, Faraó teve o poder de ainda endurecê-lo mais. O Senhor predisse claramente que ia endurecer o coração de Faraó: "Eu endurecerei (hazaq, piel, tornar rígido, duro; endurecer") o seu coração" (Êx 4.21); "endurecerei (qashah, hiphil, "tornar duro, rígido, rebelde") o coração de Faraó" (Êx 7.3). Mas só em 9.12 o registro de Êxodo diz que Deus realmente endureceu o coração do rei: "O Senhor endureceu o coração de Faraó (hazaq, piel, "tomar rígido, duro; endurecer"). As Escrituras têm muito a dizer sobre o falo do coração de Faraó ter-se "endurecido", e sobre Faraó "tomar o seu coração difícil, insensível, indiferente", antes mesmo delas declararem que Deus endureceu o coração de Faraó. A frase: "o coração de Faraó começou a se endurecer", significa que o caráter moral de Faraó se endureceu. O caráter moral é o aspecto mais importante de uma pessoa. Portanto, no sentido real, Faraó começou a se endurecer como resultado de sua própria atividade. "O coração de Faraó se endureceu [hazaq, qal, "tornar-se firme, rígido, duro": Êx. 7.13, 22; 8.19 - (Hb 8: 15). Assim, a conclusão de que Deus endurece a quem quer baseia-se na Sua justiça como também na Sua liberdade de procedimento com Faraó.

(7). “Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” – Romanos 9.19-24 (ACF).

Paulo esteve se dirigindo aos judeus, que pensavam que, tendo a circuncisão e sendo membros do povo eleito de Deus, o Senhor tinha a obrigação de lhes garantir prosperidade terrena e bem-aventurança eterna. O apóstolo destacou a soberania e liberdade divinas como corretivos desse errado ponto de vista judeu. O Senhor só tem obrigações para com o seu próprio ser justo - não para com reivindicações que lhe sejam impostas por aqueles, que entendem mal seu Ser e Sua ação.

A esta altura, Paulo imagina que um dos seus oponentes diga: "Veja só ao que leva sua argumentação. O Senhor endurece um homem como Faraó e depois o acusa. Isso não faz sentido". A pergunta é: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? A resposta de Paulo foi elaborada em termos apropriados ao homem, que faz a objeção e não em termos de análise intelectual do contra-argumento do homem. Paulo escreve: Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Um verdadeiro conhecimento do Deus verdadeiro torna tal objeção despropositada. Paulo apela para uma ilustração: Porventura pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro para desonra? Esta ilustração do oleiro foi usada com muita eficácia por Jeremias séculos antes (Jr 18.4-6). Paulo destaca o completo controle do oleiro sobre o barro em termos da utilidade do vaso e não em termos de eternidade do homem. Um vaso é honrado ou desonrado dependendo do seu uso. Um vaso pode servir para se carregar água e outro para carregar detritos. O mesmo material foi usado para ambos.

Mas foram feitos para diferentes, funções, e por isso o oleiro lhes dá a forma de acordo com a pretendida função. Paulo agora aplica o princípio. Ele o faz em uma sentença longa que se estende de Rm 9.22 até 9.24. Se um oleiro pode fazer o que lhe apraz com seus vasos, certamente Deus pode fazer o que quer com os Seus. Embora Paulo ainda esteja destacando a soberania e liberdade de Deus, ele evita cuidadosamente de descrever o Senhor como tendo o mesmo tipo de relacionamento, com os vasos da ira e os vasos da misericórdia.

Se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos da ira, preparados para a perdição; (e se ele o fez) a fim de que também desse a conhecer (revelar) as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como pode você levantar alguma objeção contra a justiça de Deus? Na frase que começa com a palavra "querendo", Paulo certamente tem em mente Faraó e outros iguais a ele. As palavras mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder são simplesmente uma variação da linguagem usada no versículo 17: "para em ti mostrar o Meu poder". Paulo estava muito ansioso em enfatizar a paciência e longanimidade de Deus com os vasos da ira.

Foram descritos como preparados para a perdição, presumindo que o particípio está na voz média, traduziram: aqueles que têm assumido uma posição de se prepararem para a destruição. Outros consideram o particípio passivo e traduziram: aqueles que têm assumido uma posição de serem preparados por Deus para a destruição. Mas o contexto certamente favorece a voz passiva sem confinar o agente em um ser ou coisa. Deus está especificamente ligado à preparação antecipada (voz ativa) dos vasos da misericórdia. Mas no que se refere aos vasos da ira, o estudante encontra essa passiva indefinida. O que opera no homem para colocá-lo nessa posição de ser preparado para a destruição eterna? A resposta é complexa. Inclui seus próprios atos de pecado e natureza rebelde. Envolve seu meio ambiente, que toma o pecado atraente. Estes fatores influenciam certos vasos a se tornarem vasos da ira, isto é, objetos em posição de serem preparados para a destruição. Deus preparou específica e antecipadamente, os vasos da misericórdia para a glória, e também lhes revelou as riquezas da Sua glória. Glória refere-se à radiância do ser de Deus. O derramamento das riquezas de Deus, quer dizer aquelas que não foram reveladas aos recipientes. Quem são esses vasos da misericórdia? Paulo define o nós como aqueles a quem Deus chamou não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios. A liberdade, poder e soberania do Senhor, de um lado, são colocados contra a Sua paciência, Sua revelação das riquezas da Sua glória, e a Sua preparação antecipada dos vasos da misericórdia (vs. 22-24). O destino daqueles assim preparados é a glória.

(8). “Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo. Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra” – Romanos 9.25-29 (ACF).

O “nós” do versículo 24 refere-se àqueles que Deus chamou, não somente dentre os judeus, mas também dentre os gentios. O escritor volta-se agora para o V.T. para mostrar que ele sustenta essa vocação: vs. 25,26. Paulo cita em Oséias 2.23; 1.10, passagens originalmente dirigidas às dez tribos. As palavras não era meu povo e não era amada foram pronunciadas às dez tribos por causa do seu afastamento do Senhor. Elas se tomaram como os gentios. Deus prometeu às dez tribos, que um dia elas seriam chamadas de filhos do Deus vivo, exatamente no mesmo lugar em que foram declaradas "que não era meu povo".

O ponto principal é que um remanescente será salvo. Finalmente, completando o quadro do VT da ação salvadora de Deus, Paulo cita Isaias 19 da "deixou-nos semente", ou tem "um pequeníssimo remanescente". Se Deus não tivesse deixado alguns, a nação de Israel teria sido riscada.

(9). “Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; pois tropeçaram na pedra de tropeço; Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido” – Romanos 9.30-33 (ACF).

Agora Paulo trata do relacionamento de Israel e dos gentios com a justiça, fé e salvação. Ele mostra que este é um assunto crucial porque os judeus criam que, estando assinalados pela circuncisão, na qualidade de povo eleito de Deus, o Senhor não poderia rejeitá-los.

Uma vez que Deus nos chamou, a nós os cristãos (v. 24), dentre judeus e gentios, que diremos pois a respeito dos gentios e judeus que alcançaram a justiça? A resposta: Dizemos ou declaramos que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia a que decorre da fé. E Israel que buscava lei de justiça, não chegou a atingir essa lei. Paulo aqui é muito conciso. Não obstante, observe que no versículo 30 a palavra justiça ocorre três vezes. Os gentios crentes descobriram a chave do relacionamento do homem com Deus - a justiça. Eles encontraram a justiça que Deus concede por causa da fé ou confiança (Rm 3.21-26). Israel buscara o princípio da lei (o código mosaico era a mais apreciada personificação desse princípio) para obter justiça, mas eles nunca alcançaram essa justiça.

Por que Israel não alcançou a justiça? Tragicamente vem a resposta: Porque não decorreu da fé, e sim, como que das obras (que eles buscaram a justiça). A fé ou confiança é importante por causa do objeto (Cristo) no qual se crê e confia. Israel rejeitara o objeto. Eles tropeçaram (ou rejeitaram) na pedra de tropeço. Na admoestação de Isaías 8.14, Jeová é a pedra de tropeço para a maioria daqueles, que fazem parte de ambas as casas de Israel. No N.T. é Cristo que é a pedra de tropeço (aqui e em I Pe 2.6-8). A maior parte da citação de Paulo neste versículo é da promessa de Isaías 28.16. Mas o apóstolo usa a linguagem da advertência de Isaías 8.14 - uma pedra de tropeço e rocha de ofensa e insere esta advertência no meio do ensino positivo sobre a pedra em Isaías 28.16, e depois completa o versículo. A última cláusula de Rm 9:33 - E aquele que nela crê não será confundido - introduz um raio de luz num quadro, que de outro modo seria muito obscuro. Tal reação positiva, entretanto, não foi a de Israel como um todo, pois Israel tropeçou na pedra que Deus colocou em Sião.


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Att:Paulo Diego Alves