Carta aos Romanos - Capítulo 08 (Explicação e Estudo)


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CARTA DE PAULO AOS ROMANOS - CAPÍTULO 8.1-39

Introdução

Chegamos ao capítulo 8 e até aqui o mestre Paulo nos orientou sobre diversos pontos fundamentais na nossa caminhada de fé: argumentou sobre o nosso pecado, santidade de Deus e, devido à corrupção humana, a insuficiência em satisfazermos as exigências da Lei. Vimos a suficiência da graça de Deus, a justificação, a paz e alegria proporcionadas por Ele, mesmo em meio a sofrimentos e angústias e a esperança vívida que temos pelo fato de Cristo ter ressuscitado e a garantia da vida eterna Nele. Neste capítulo teremos um vislumbre magnífico, maravilhoso de bênçãos do Pai aos seus que chegam a Ele com amor, reverência e corações agradecidos. Logo de início (vs. 1-11), o apóstolo vai observar o poder da santificação no Espírito, haja vista, que cristãos devem andar segundo o Espírito, não segundo a carne (Rm 1.4; 8.1; Gl 5.16-18,25). O Espírito Santo tem destaque especial neste momento, são no mínimo 16 referências diretas a Ele, como em nenhum outro capítulo no N.T. O Espírito é o que livra do pecado e morte (vs.2,3), nos dá condições de cumprir a Lei de Deus (v.4), transforma nossa natureza (corrompível) e nos fortalece para termos como vencer a “carne” (vs. 5-13), nos garante a adoção como filhos (vs. 14-16), a garantia da glorificação no final (vs. 17-30). Paulo ainda vai tratar do futuro glorioso que nos espera, como resultado do favor e imensurável amor de Deus (vs.31-30).

Dica de estudo:
Leia primeiro o capítulo 8 de Romanos na sua Bíblia; depois os textos complementares de apoio.

Análise do texto – Vers. 1–39

(1) “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne (o que a lei não podia fazer devido à fraqueza da carne, natureza pecaminosa), Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado (estado pecaminoso), pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça (a exigência) da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são (ou vivem) segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne (desejos, corrupção...); mas os que são (ou vivem) segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo (Cristo em Espírito habitando nele; sendo Senhor e Salvador), esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, (o resultado do pecado, desde o Éden, foi a morte), mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” (Romanos 8.1-11 – ACF)

Paulo inicia mostrando-nos a obra do Espírito Santo e a fraqueza da lei diante Dele. Por que se nós tivéssemos condição de vencer nossa natureza, Deus não precisaria ter-se feito carne (em pecado) por nós; a vinda do Senhor foi um decreto (à vista da lei), contra o pecado no ser humano dando-lhe condição para ser livre (de condenação). A exigência mais alta da lei era a santidade, algo que o ser humano não conseguiria sem a ajuda do Espírito. Desta forma, nossos pensamentos, palavras, atitudes passam a ser guiadas por Ele. Senão, toda a nossa inclinação (por sermos imperfeitos) seria para o que é mau e desagradável para Deus. Ao sermos guiados pelo Espírito, nos tornamos santos e deixamos a velha natureza (criatura; hábitos... práticas; cp. Gl 5.19-21, com Gl 5.22,23), porque, onde há santidade (no Espírito), a Lei não é necessária (Gl 5.18), ela está plenamente cumprida. O cristão passa a amar e desejar as coisas eternas, as promessas, garantias, etc. Livre do jugo da morte, inclinando-se para a vida no Senhor, tendo paz e afastando-se da possibilidade de se tornar inimigo de Deus. Ter o Espírito Santo, significa ser habitado, governado, dirigido por Ele – Ter Vida... sabemos que o corpo já está previamente destinado, por causa do pecado original, à morte, mas o nosso destino final é a ressurreição e a vida, não esqueçamos disso! (cf. Jo 5.29; 11.24,25; Rm 6.5; Ap 20.6). O que Paulo vai destacar a seguir é que nada devemos à “carne”, então não devemos seguir os seus desejos, vontades (inclinação), ou dessa forma estaremos desprezando, desonrando a justiça do Senhor que alcançamos na salvação.

(2) “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne (como se fossemos obrigados a viver de acordo com a “carne”). Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo (ações praticadas), vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão (pecado aprisiona a alma), para outra vez estardes em temor (viverem com medo), mas recebestes o Espírito de adoção de filhos (filhos são livres do jugo...), pelo qual clamamos (falar com certeza, desejo, confiança): “Aba”, Pai. O mesmo Espírito testifica (confirma em nosso interior) com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos (sofremos), para que também com ele sejamos glorificados.” (Romanos 8.12-17 – ACF)

Se nada devemos à carne, afinal não foi ela que nos salvou, remiu ou santificou... então, por que nos inclinamos a ela? Por causa da nossa natureza corrompida pelo pecado (escravidão), por isso precisamos depender do Espírito e “mortificar” (Gl 5.16-18), anular a ação dos desejos, concupiscências... ou seja, dizer não! Basta! Não ceder às tentações e desejos que nos impulsionam à satisfação (ilícita), não digna, ao prazer não aprovado por Deus. O verdadeiro filho de Deus tem o Espírito, consequentemente deve ser guiado por Ele. Não há como ter o Espírito Santo sem ser filho (cf. Jo 3.6; Rm 8.9b,14; Gl 4.6), ou ser guiado... até para om adorar, só filhos (Jo 4.24; veja ainda 1 Co 2.10-14). Então, a famosa expressão que muitos gostam de usar: “eu também sou filho de Deus!”, não se aplica. Ser criatura (não regenerado; não possuir o Espírito de Cristo), não é o mesmo que ser filho. O filho sim, não vive mais em escravidão pelo medo (da morte e de punição; cf. Hb 2.14,15; 1Jo 4.18), e sim, vivendo na certeza que somos herdeiros com o Senhor (nosso principal destino não é a morte e sim a ressurreição; v. 23), termos a consciência que o Espirito produz em nós que de fato somos filhos (Deus nos adotou; o Espírito em nós produz vida). Assim, podemos chamá-lo “Aba” que é a palavra aramaica para “Pai”; transmite um senso de intimidade com Ele, o que em nossa cultura nos permite chamar nossos pais de “papai” ou “paizinho”, aquele que nos dá segurança, pelo relacionamento íntimo que temos com ele. O próprio “Espírito confirma isso em nosso espírito” (v.16) ... vale lembrar que nos aspectos legais romanos, uma adoção só se concretizava pelo testemunho de sete pessoas idôneas, e, neste caso, é o próprio Espirito que confirma em nosso “homem interior”, essa adoção – que legalmente (em Deus), somos seus filhos. A vida cristã é sem dúvida a vida no Espírito, por Ele guiada e mantida, ainda assim, precisamos destacar o detalhe que, existe a possibilidade de que, ainda que sejamos D’Ele (o Senhor, o mesmo Espírito), podemos passar por sofrimentos, angustias e tribulações (no presente), mas temos a esperança de também com Ele sermos glorificados no futuro.

(3) “Porque para mim tenho por certo que as aflições (sofrimentos) deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (no futuro; consumação de todas as coisas). Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou (Deus , o criador), na esperança de que também a mesma criatura (a própria criação) será libertada da servidão da corrupção (cativeiro...), para a liberdade da glória dos filhos de Deus (o estado de excelência original; Ap 21.4,5). Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto (suportando angústias, aflições) até agora. E não só ela, mas (também) nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também (da mesma forma) gememos em nós mesmos (nosso íntimo), esperando a adoção (de filhos), a saber, a redenção do nosso corpo (ressurreição e incorruptibilidade, imortalidade). Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.” (Romanos 8.18-25 – ACF)

O sofrimento presente nem se compara à glória futura! Mas, o fato é que ninguém, por mais que saiba o futuro revelado na Palavra, gosta e lida bem com o sofrimento e com a dor, isso é natural (o ser humano não foi criado para o sofrimento). Contudo, esta colocação de Paulo que visa mostrar a glória futura que aguarda os filhos de Deus, deve manter-nos conscientes de que a nossa salvação não termina aqui nesta existência e sim no futuro. Esta sim é a certeza que deve nutrir a vida do cristão que deve aguardar, com esperança esse tempo. O Senhor transformará os seus, a dor em alívio, o sofrimento em regozijo (cf. 2Co 1.7; Ap 7.17; 21.4), e também toda a criação. Infelizmente por causa do pecado toda a criação (o universo), foi amaldiçoada (Gn 3. 17-19), por isso a “vaidade”, neste caso tem relação com abuso, corrupção, incapacidade de cumprir o propósito de Deus, o Criador, e por isso Ele a sentenciou (a sujeitou), mas não a abandonou – há esperança de redenção! Ela será libertada. Hoje todos gemem (o peso, a dor, pela transgressão), suportam angústias, literalmente “dores de parto”, mas não será para sempre, as dores antecedem o nascimento de algo novo. Afinal “temos as primícias do Espírito”, como ao contemplarmos uma árvore que começa a dar os primeiros sinais de frutos, isso traz esperança de uma farta colheita, então podemos ter a mesma esperança na herança que está por vir – a adoção de filhos (neste caso com todos os mesmos direitos, privilégios, responsabilidades...); sermos iguais a Cristo, nosso redentor. A salvação plena, completa e definitiva, a redenção se dará no final, por isso devemos aguardá-la com fé e paciência. Ela chegará!

(4) “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir (em oração) como convém (de forma correta, específica, com entendimento), mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (não consegue ser expresso em palavras). E Aquele que examina os corações (sonda nosso íntimo) sabe qual é a intenção (o que vai na mente; desejo, vontade) do Espírito; e é Ele que segundo (a vontade de) Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os (todos) que dantes conheceu (desde a eternidade passada) também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Romanos 8.26-30 – ACF).

Não somente a criação e os filhos, mas o próprio Espírito sofre (geme), em dor aguardando o “nascimento”, o tempo da restauração final! Pelo fato de não termos condições de lidar com tal situação (este estado pecaminoso e imperfeito), até mesmo para oramos, não sabemos, muitas vezes, como fazê-lo. Geralmente oramos por coisas desnecessárias (até fúteis; vaidades), muitas vezes, oramos sem critério, sem a dependência do Espírito e sem refletirmos sobre a vontade e glória a Deus. Diante da nossa incapacidade (fraqueza) de pedirmos a libertação ou até mesmo a força para aguentarmos firmes, ou até para expressarmos o que desejamos e como, para o futuro (pedir especificamente), faz com que o Espírito o faça por nós com “gemidos inexprimíveis”, a exemplo de Cristo que, sendo nosso Mediador, nos aproximou e é nosso advogado (“parakletos”) e intercessor também (v. 34), junto ao Pai; os dois (são plenamente Deus), trabalham em prol do mesmo propósito para Deus – a redenção total e definitiva. O Espírito (sendo Alguém; uma Pessoa), também sofre e identifica-se conosco neste aspecto e deseja a libertação de todos, a criação, a igreja (os salvos, santos, remidos). Ao interceder, Ele o faz segundo a vontade, desejo do nosso Pai celestial. Os versículos 28 a 30 vão revelar o propósito mais excelente de Deus em relação a nós (à humanidade). Porém, muita discussão tem existido em torno de um “problema” (vs. 29,30). A salvação afinal, é para todos ou apenas alguns? Paulo afirma que Deus predestinou (estabeleceu um destino previamente), chamou (requer obediência no atender esse chamado), justificou (perdoou e recebeu), e glorificou! (no processo de Deus este é o alvo final). Esta situação é geralmente comparada com o que Jesus afirmou com “muitos serão chamados e poucos escolhidos” (Mt 20.16), e aqui, o Senhor estava falando de um convite que foi feito para todos, porém escolhidos são os que viessem a crer (decisão do ser humano); já o apóstolo Paulo, refere-se à chamada geral para a obediência de alguns, grupo específico com propósito específico, revela um chamado (At 26.19), como por exemplo o dele próprio (sabendo-se que esses atenderiam o chamado gracioso do Senhor). A palavra “chamado” está sendo usada por Jesus e Paulo em sentidos diferentes (comum em diversas línguas). O Desejo e propósito do Pai foi, e sempre será, a salvação de toda a humanidade, mas infelizmente nem todos obedecerão ao “chamado”. Deus não elegeu uns para serem salvos e outros condenados; a escolha é nossa, a obra Ele já realizou; Deus predestinou todos, porém, tem o detalhe “quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Ap 22.17); o problema é que “todos são atraídos a Cristo” (Jo 12.32), mas nem todos querem segui-Lo! Infelizmente!
Deus conhece realmente a todos (Onisciente), conhece e anuncia “o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam...” (Is 46.10a). Neste sentido, conhece tudo e todos os que nasceriam (até quem o aceitaria ou não), mas a
oportunidade, ah! Ele deu de graça a todos (Jo 3.16). O próprio Paulo escrevendo aos seus discípulos, deixou claro que “...a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens...” (Tt 2.11); o desejo do Pai que “...todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. (1Tm 2.4; cf. 2Pe 3.9). Então, a predestinação que Paulo observa neste texto, está se referindo ao moldar-se à imagem e caráter de Cristo, “serem conformes a imagem de seu filho” (v.29), ou seja, todos os que cressem (e aceitassem o Senhor), já estavam destinados (previamente) a serem moldados moralmente de forma a honrarem de forma correta a Cristo e Sua Palavra, essencial ao verdadeiro adorador.

(4) “Que diremos, pois, a estas coisas? (relação com caps. 3,5 e 8) Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará (graciosamente) também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos (eleitos) de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados (considerados) como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades (poderes), nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8.31-39 – ACF)

Nada nos poderá separar do amor de Deus? É o que o texto afirma, “Se Deus é por nós”, sim! Nada poderá ter sucesso contra os remidos do Senhor. Verdadeiros cristãos serão vitoriosos em Cristo seja qual for a circunstância ou oposição; já vimos isso acontecer no decorrer da história de cristãos piedosos. Contudo, precisamos lembrar que o cristão não recebe uma vacina contra as tentações ao aceitar e receber a maravilhosa graça que pela fé o leva à salvação e justificação em Cristo. A nossa promessa é de vitória diante das lutas e tentações, desde que nos rendamos ao domínio de Cristo pois é por Ele, pelo seu amor, que “nós somos mais que vencedores”. O cristão luta, contra o pecado e sua natureza, enquanto mantém sua fé e confiança em Cristo, então, poderemos ser glorificados com Ele! Não podemos esquecer que todas as coisas cooperam para o nosso bem, e o Pai não vai deixar a Sua obra (propósito) pela metade. Então sim, podemos crer que nada nos separará do seu amor. Este trecho é um louvor à segurança que o cristão tem em Deus. A morte de Cristo não foi em vão, mas nós temos a responsabilidade de “fazer valer a pena” o seu sacrifício. Como? Honrando-o, mantendo a fidelidade, dependência do Espírito e da Sua Palavra... então, sim, “Deus poderá nos agraciar com todas as coisas”, não está se referindo a bens ou coisas materiais e sim ao que é necessário para mantermos a vida de fé, paciência, amor, perseverança, sustento, etc., que necessitamos na nossa caminhada de fé e vida natural. Afinal, Cristo não morreu para o nosso prazer ou pelo nosso bem-estar, e conquistas materiais, e sim, pela nossa salvação, a vida eterna – nos resgatar da maldição a que o pecado nos sujeitou (esperança no porvir). Neste sentido quem poderá acusar-nos? Se, Ele nos justificou, nenhuma das situações citadas por Paulo poderá nos separar do amor do Senhor. Por amor a Cristo somos sempre alvos de satanás e de todos os que odeiam a Deus, Sua Palavra, seus princípios morais, éticos, etc. Porém, devemos nos alimentar com a esperança de que tudo isso será derrotado, na volta do Senhor, na nossa ressurreição para a vida eterna; vencedores, sim seremos! Não pela nossa própria força, mas por causa D’Aquele que nos amou e se entregou por nós, morrendo numa cruz (símbolo de maldição e vergonha). Por esse amor (Jo 3.16), com certeza, nos protegerá e nos salvará – garantia nesta vida? Sim, em muitos casos, mas principalmente no porvir, livres do sofrimento, angustias, da morte eterna e do inferno. Lembre-se que um dia “toda a lágrima será enxuta” e “toda a lembrança de sofrimento e angustia”, será apagada. Uma sugestão: faça uma devocional de Lc 3.17; Ap 7.17; 21.4, e tire o melhor proveito desse tempo com o Pai que nós temos. Permaneçamos firmes no Senhor e veremos o resultado, a vitória final de tudo isso.
Deus vos abençoe e vos guarde...

Por Ricardo Sousa


DICIONÁRIO BIBLIOGRÁFICO:

“carne” – (gr. “sarx”), definindo-a, o termo é usado para descrever a “natureza humana” (pecaminosa); e, a disposição do individuo (interior) de opor-se ao espírito (como uma guerra interior); foi o que Paulo tratou em Romanos 7.7-25, estudado no capítulo anterior. A carne é essa atitude, predisposta a cumprir desejos, vontades, que não só levam alguém a pecar, mas que em última análise já se configuram como pecado.


“escolhidos” (“eklektos”; eleitos) – existem várias formas de entendermos, a escolha, eleição ou seleção; são vários exemplos em nossa língua de aplicação deste termo. O que, contudo, não deve fazer-nos pensar que se refere a um tipo de seleção prévia que destinou apenas um selecionado grupo (exclusivismo), para ser salvo e justificado por Deus. Todo aquele que receber Cristo (em seu interior), como Senhor e Salvador, recebe um “selo” (divino) que o elege para usufruir da graça provida em Cristo (na cruz). A exemplo de Israel (também conhecido como eleito), não significa que todos eles (por serem uma nação eleita), serão todos salvos! A salvação só será destinada a todo aquele que não rejeitar a Cristo, atendendo (aceitando o chamado), a sua valiosa graça. Então, mesmo Israel tendo sido (previamente) chamado para ser povo de Deus (salvo), foi eleito para servi-Lo e só será salvo se não rejeitar a Cristo. Isto vale para todos! Deus também elegeu a Igreja para ser “santa e irrepreensível” (Ef 1.5) e servi-Lo (1Pe 1.2), e lhe deu condições espirituais (por sua graça) de poder escolher em se aproximar de sua salvação ou não; só será justificado aquele que crer (At 13.39; cf. Rm 8.30), e crer depende de uma escolha humana após ouvir, pensar sobre, acreditar e tomar a decisão.


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Att:Paulo Diego Alves