EPÍSTOLAS
AOS EFÉSIOS – CAPÍTULO 06
INTRODUÇÃO: Neste
capítulo estudaremos os dois principais assuntos abordados por Paulo: Relacionamento famíliar e revestimento espiritual (armadura do
cristão). A
família é a principal instituição planejada por Deus. O relacionamento familiar
é um projeto divino que tem a responsabilidade de glorificar a Deus e
transmitir à sociedade o padrão moral e espiritual, fundamentado na Palavra de
Deus. Para tanto, a Bíblia ressalta o papel dos pais e dos filhos no seio
familiar. Tais papéis devem ser exercidos em obediência à palavra divina a fim
de que a família mantenha a comunhão
e a convivência de forma harmoniosa.
Ao finalizar a Epístola aos Efésios, o apóstolo convoca a Igreja para lutar e
resistir aos inevitáveis conflitos contra as forças espirituais da maldade.
Nessa batalha, a fim de suportar os ataques e se manter firme na marcha contra
o mal, os soldados de Cristo precisam revestir-se de toda a armadura de Deus.
Análise
do texto – Vers. 1 ao 9
V.1 e 2: O dever dos filhos é apresentado de forma objetiva pelo apóstolo: “Vós, filhos sede obedientes a vossos pais” (6.1). A explicação para essa postura é categórica: “Porque isto é justo” (6.1b). Ela segue a ordem natural divinamente estabelecida, pois Deus deseja que os filhos confiem na sabedoria de seus pais (Lc 2.51). Para ratificar esse ensino, o apóstolo cita o quinto mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe” (6.2 cf. Êx 20.12). Assim, os filhos devem obedecer e honrar seus pais. Logo, obedecer significa cumprir o que é ordenado; e honrar envolve amor, respeito e até mesmo o sustento em caso de necessidade. Portanto, a obediência é devida enquanto os filhos viverem sob a tutela dos pais e a honra é um dever para a vida toda. Aos filhos que obedecem e honram seus pais, uma promessa dupla lhes é assegurada: “Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (6.3). Essas bênçãos incluem prosperidade exterior e vida longa. Embora as dádivas espirituais estejam implícitas, a ênfase recai sobre os benefícios materiais. Significa que ao obedecerem e honrarem a seus pais, os filhos submetem-se ao arbítrio de Deus que, segundo o beneplácito da sua vontade, os recompensará com bênçãos especiais.
V.3 e 4: Os pais devem criar seus filhos na “doutrina e admoestação do Senhor” (6.4b). A palavra “doutrina” ou “disciplina” (do grego paideia) significa orientação ou treinamento para o desenvolvimento do caráter e pronta obediência das normas. Já a palavra “admoestação”, do grego nouthesia, quer dizer instrução ou advertência que faculta a distinção entre o mal e o bem. Além dessas exortações, cabe aos pais estabelecer os parâmetros de conduta e reagir contra a desobediência de seus filhos. Os critérios dessa educação estão na Palavra de Deus (Pv 22.6). Por outro lado, os pais não devem abusar da autoridade recebida, pois eles devem educar com brandura e amor, sem rigor excessivo ou imposições injustas a fim de não incitar à ira de seus filhos (6.4a).
V.5 ao 9: Um terceiro conjunto de
relacionamento está sendo agora discutido, o de senhores e servos. A escravidão
existia como instituição no tempo do N.T. Muitos cristãos viviam nesta condição,
embora a abolição gradual dessa instituição tenha sido um produto derivado do
Cristianismo, Paulo queria orientá-los sobre a correta conduta e relacionamento
entre as partes mencionadas.
V. 5 - Vós... servos....Literalmente, escravos.
Entretanto, os princípios se aplicam a qualquer tipo de empregado e
empregadores. Na sinceridade do vosso coração. De verdade e com
sinceridade – não com hipocrisia. Como a Cristo( I Pe. 2: 18; Cl. 3:
22-25). Um servo de Jesus não pode ser um funcionário revoltado e gerador de
conflitos, pelo contrário, deve ser sempre um modelo de moral, ética e respeito
no ambiente em que trabalha.
V.6 - Não servindo à vista, como
para agradar a homens. Uma amplificação do que já foi dito, fazendo de
coração a vontade de Deus, e literalmente, da alma – isto é,
com todo o ser. Do que adiantaria ser um bom funcionário quando o chefe está
perto? Isso seria hipocrisia. O que Paulo queria ensiná-los é que o “servir”
deve ser algo da essência e não apenas da aparência.
V.7- Servindo
de boa vontade..... Um
cristão que é um servo contratado deve reconhecer que sua primeira
responsabilidade é com o Senhor Jesus Cristo. Quando ele executa o trabalho que
se espera dele e o faz bem, está agradando ao Senhor. Se não consigo servir com
amor aquele senhor segundo o que vejo, como serviria a Deus o qual não vejo? O
nosso servir aos outros é apenas um reflexo daquilo que fazemos para o nosso
Deus. Se você é um bom servo de Deus, logo será um bom funcionário, um bom
gerente e um bom trabalhador.
V.8- Certos
de que..... Este é um conectivo causal – porque
nós temos certeza que há uma recompensa para a fidelidade no serviço
prestado a Cristo. Quer seja servo, quer livre. A posição de uma
pessoa neste mundo nada tem a ver com a sua fidelidade e com a recompensa pela
sua fidelidade. Quem é fiel no pouco, certamente será fiel no muito.
V.9 - E vós, senhores....
Aqui se enfatizam as obrigações dos empregadores.
De igual modo procedei para com eles. O lado positivo, mostrando a mutualidade das obrigações. Deixando as ameaças, o que os senhores não devem fazer. Tanto os patrões como os servos (funcionário / empregados) podem servir ao mesmo Deus, porém Paulo lembra que Deus não faz acepção de pessoas, isso nos faz pensar que não importa de qual lado ou posição estamos, o que realmente importa, é fazermos as coisas com amor, temor, respeito e ética. Todos esses relacionamentos práticos fluem da plenitude do Espírito Santo, prescrita em Ef. 5:18.
Análise
do texto – Vers. 10 ao 20
V.10: A expressão na
forma passiva “fortalecei-vos no Senhor”
(6.10a) indica que não temos poder em nós mesmos. Esse excelso poder nos é
conferido pela comunhão com Deus, em Cristo, por meio do Espírito Santo (Jo
15.7; 1 Jo 1.3). Por isso precisamos estar fortalecidos por meio da “renovação da mente” (4.23), da “vida em santidade” (4.24) e “ser cheio do Espírito” (5.18). A
vitória não pode ser alcançada por outro meio. Conhecer as Escrituras sem a
devida obediência e frequentar os cultos sem a genuína conversão não são
suficientes. Não obstante, o poder de Deus está disponível aos fiéis para
“pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo” (Lc 10.19). A combinação
pleonástica, ‘força do seu poder’,
dá mais relevo ao pensamento, uma expressão que Paulo já havia usado na
epístola (1.19). Ele está falando sobre força e poder no campo espiritual, não
sobre força física (2 Co 10.4). O
Senhor Jesus capacitou os cristãos, pelo Espírito Santo, para vencer todo o mal
e toda a tentação interna, os desejos da carne, e toda a tentação externa, tudo
aquilo que vem diretamente do poder das trevas. Essa capacitação envolve o
discernimento para compreender as astúcias malignas (2 Co 2.11) e também o
poder sobre os demônios (Lc 10.17,19)”.
V.11: A expressão “ciladas
do diabo” (6.11) indica as “armadilhas”
articuladas perversamente pelo reino das trevas. O líder desse reino é
identificado como diábolos, que significa “caluniador”
e “acusador” (Mt 4.1; Jo 8.44; 1 Pe
5.8). Tomado de fúria e por meio do espírito do erro, ele prepara laços com o
propósito de destruir a Igreja de Cristo. Algumas de suas astúcias são:
(1) Confundir a mentira com a verdade
(Gn 3.4,5);
(2) deturpar as Escrituras (Mt
4.6);
(3) dissimular
e induzir a dissimulação (2 Co 11.l13,14);
(4) fazer falsos sinais (2 Ts
2.9); (5)
(5)fazer acusações (Ap 12.10);
(6) semear incredulidade (2 Co
4.4);
(7) promover ideologias
anticristãs (2 Ts 2.3,4). Diante desse quadro, o texto sagrado ordena: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus!”.
Paulo identifica as forças do mal que marcham
contra a Igreja como “principados, potestades, príncipes das trevas deste
século e hostes espirituais da maldade” (6.12). Esses seres são caracterizados
por três aspectos:
a) Eles são poderosos. Os
títulos “principados e potestades” indicam poder e autoridade para agir; “príncipes das trevas”
são líderes de anjos decaídos, que sob o comando do diabo exercem domínio;
b) Eles são malignos. Esses agentes formam “as
hostes espirituais da maldade”. Refere-se a demônios que empregam seu poder
destrutivamente para o mal;
c) Eles são astutos. São cheios de sutilezas e
maquinam a queda da Igreja.
Apesar desse imenso império do mal, a Igreja é
exortada a não temer. Somos incentivados a lutar e, sobretudo, a vencer, pois o
Senhor da Igreja está elevado ao nível “acima de todo o principado, e poder, e
potestade, e domínio” (1.21).
V.13: A
imagem que o apóstolo usa é a de uma linguagem retirada do contexto militar
romano. A expressão “toda a armadura”
traduz o termo grego panóplia, que significa “a armadura completa [IMAGEM 1] de
um soldado fortemente armado” (6.11,13). Na Carta, a orientação não é para usar
armas próprias, mas tomar o equipamento dado por Deus, resistir bravamente e
marchar contra as potestades do ar.
V.14 ao 17: Vejamos aqui uma lista de armas espirituais disponíveis
aos soldados do Senhor.
a) Cingidos os vossos lombos com a verdade
(v.14). Retrata a peça usada para dar mobilidade ao soldado no combate.
Nesse sentido, faz referência à verdade da doutrina de Cristo e à integridade
do soldado (2 Co 13.8).
b) Vestida a couraça da justiça (6.14). Trata-se de uma malha impenetrável de proteção aos
órgãos vitais. Refere-se à justiça de Cristo e à retidão do soldado no campo de
batalha (Rm 5.1; 2 Co 6.7).
c) Calçados
os pés na preparação do evangelho da paz (6.15). Confeccionada em couro, a
“meia-bota” tinha solas cravejadas para dar estabilidade. Refere-se à firmeza
que o Evangelho proporciona e à prontidão do soldado em testemunhar de Cristo
(Rm 1.16)
d) Tomando, sobretudo, o escudo da fé (6.16). Longo, retangular,
feito de madeira e couro, o escudo protege o corpo inteiro dos dardos
incendiários. Refere-se à fé inabalável em Deus, que detém a eficácia das
calúnias, dúvidas e rebeliões disparadas pelo diabo (Pv 30.5).
e) O capacete da salvação (6.17). Pesado, resistente e fabricado com bronze ou
ferro, o capacete serve de proteção para a cabeça. Refere-se à certeza da
salvação que já recebemos em Cristo e a convicção da plena salvação no último
dia (1 Ts 5.8,9).
Finalmente, “a espada do Espírito” (6.17), a única arma disponível tanto para a defesa quanto para o ataque. O termo grego para ela é machaira, identificada como espada curta. Isso significa que o combate é pessoal, o enfrentamento é diário e acontece “corpo a corpo”. A espada do Espírito é identificada como sendo a “Palavra de Deus” inspirada e penetrante (2 Tm 3.16; Hb 4.12). Ela deve ser usada tanto para resistir às ciladas do diabo (Mt 4.1-10) quanto para derrubar as fortalezas de satanás (Mt 10.19,20; 2 Co 10.4).
V.18: Orando
em todo tempo... A palavra de Deus deve sempre ser usada em conexão com a oração da fé (
Ts. 5:17; Cl. 4:2). Orar em todo tempo é uma orientação a estarem vigilantes em
oração, os crentes que não gostam de orar, estão desprotegidos espiritualmente.
É mais que necessária ter uma vida de oração, ela se equipara a ler e obedecer à
palavra.
Oração e súplica. A primeira palavra é usada para
orações em geral, e a última para pedidos.
No Espírito. Se nossa batalha é espiritual
devemos orar em Espírito. Se a adoração deve ser em espírito e em verdade, a
oração deve ser assim também. Nossa carne quer nos tirar da oração, nossos
desejos carnais querem nos levar para longe de Deus. Por isso, ande no
Espírito, viva cheio (a) do Espírito Santo e tudo que fizer, será para honra e
glória do Senhor.
Por todos os santos. Paulo não restringiria as orações
deles especificamente a seu favor, embora mencione a sua pessoa no versículo
seguinte. Devemos incluir em nossas orações todos aqueles que podem ser alvos
de milagre, transformações e bençãos advindas do Senhor. Lembre-se de Israel,
dos órfãos e das viúvas. Oremos também pela paz em Jerusalém e pela volta do
nosso Senhor Jesus.
V.19 e 20: E também por mim. Isto é, por mim em particular;
isto devido às circunstâncias de Paulo no momento. Para que me seja
dada . . . a palavra com intrepidez. Mesmo na cadeia Paulo não estava
pensando primeiramente em seu bem-estar, mas no seu testemunho para o Senhor
Jesus Cristo. Lemos em Atos 28:30,31 que Paulo falava a todos que vinham
visitá-lo, enquanto esteve prisioneiro em casa alugada por ele mesmo, em
Roma.
Para... fazer conhecido o mistério do evangelho.
Não que o Evangelho seja ainda um segredo para aqueles que o venham a receber.
Saudações Finais.
Análise do texto – Vers. 21 ao 24
V.21: E para que saibais também a meu
respeito. Uma das
poucas referências pessoais nesta epístola. Tíquico. Evidentemente
o portador da carta (cons. Cl. 4:7).
V.22: Vo-lo enviei. Paulo o envia, mas quando eles
estivessem lendo a carta, já teria sido enviado. Como quando escreveu aos
filipenses, Paulo quer que saibam como está passando, e quer saber a respeito
deles.
23. Paz seja com os irmãos, e amor com fé. Só Deus pode dar essas
qualidades.
24. A graça, literalmente; isto é, a graça
além da qual não existe nenhuma outra.
Com todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo. Isto
é, os crentes.
Conclusão
Quão maravilhosa é a palavra do Senhor. Quantos
conselhos e direções ela nos dá não é mesmo? Aprendemos hoje, que quando
estamos devidamente revestidos, nenhum mal pode nos dominar. Não devemos temer
o mal que nos cerca, devemos confiar em Cristo o qual já garantiu a vitória da
sua igreja e o triunfo desta sobre o inferno. Lembre irmão e irmã que
precisamos nos revestir de toda a armadura de Deus. Dedique tempo para a
leitura da palavra, fique firme na oração e jamais negligencie a vida
espiritual. Que Deus te abençoe e guarde, e que continuemos estudando a palavra
do Senhor por longos e longos dias.
Pr .Paulo
Diego Alves
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