Epístola aos Gálatas – CAPÍTULO 5 (Explicação/ Estudo/Esboço)

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ANÁLISE DA CARTA DE PAULO AOS GÁLATAS – CAPÍTULO 5
(5.1-26)
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Análise do texto – Vers. 1-26
(1). “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei” – Gálatas 5.1-3 (ACF).
Paulo volta tratar da liberdade que há em Cristo com relação a lei. Para ele voltar para a lei é estar debaixo do jugo da servidão. A circuncisão que foi estabelecida por Deus antes da lei (Gn 17.10-14), sendo posteriormente legalizada no Sinai (Lv 12.1-3), era uma das práticas que os judeus mais levavam a sério, porém alguns cristãos estavam sendo induzidos a também praticarem a circuncisão por ser um mandamento para o povo de Israel.
Mas Paulo deixa claro que se assim o fizessem, estavam obrigados a guardar toda a lei. Tiago deixa claro que não adianta querer se justificar pela lei, pois se tropeçar em um dos mandamentos, não adiantou guardar os demais (Tg 2.10). Com isso aprendemos que é impossível o homem ser salvo pela lei, pois ninguém jamais conseguiu cumprir ela sem tropeçar, apenas Jesus para que se tornasse nosso representante no cumprimento dela.

(2). “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” – Gálatas 5.4 (ACF).
Notemos quão grave é tentar voltar para a antiga aliança como uma forma de agradar a Deus e ser salvo. Paulo traz um alerta, que se o cristão voltasse para a lei como meio de salvação perdeu a salvação. Aqui vemos claramente a possiblidade do cristão uma vez salvo podendo perder o direito da vida eterna.

(3). “Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor” – Gálatas 5.5-6(ACF).
Paulo deixa mais uma vez claro que a esperança de vida eterna que todo cristão está aguardando não está em ser circuncidado ou incircunciso, mas única e exclusivamente pela fé em Jesus Cristo.

(4). “Vocês corriam bem. Quem os impediu de continuar obedecendo à verdade? Tal persuasão não provém daquele que os chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa” – Gálatas 5.7-9 (NVI).
Os gálatas estavam indo muito bem, porém Paulo quer saber quem era ou quais eram as pessoas que tentavam persuadi-los a deixar dessa liberdade. Não vinha de Jesus tal persuasão.
Um pouco de fermento, ou seja, começa com a circuncisão, daqui a pouco está em guardar o sábado, depois estariam persuadindo a não comerem alimentos considerados impuros na lei, enfim, o fermento começa a se alastrar e quando menos esperassem estavam todos dentro do judaísmo como meio de agradar a Deus, por isso Paulo apressadamente pede para voltarem ao que haviam ouvido dele.

(5). “Estou convencido no Senhor de que vocês não pensarão de nenhum outro modo. Aquele que os perturba, seja quem for, sofrerá a condenação” – Gálatas 5.10 (NVI).
Paulo deixa claro que os que pensam diferente e tentavam fazê-los mudar sofreria condenação. Tal condenação aqui é aquela que leva o homem a estar por toda a eternidade longe de Deus.

(6). “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” – Gálatas 5.13 (ACF).
O cristão foi chamado à liberdade, porém tal liberdade não significa fazer o que quer, pelo contrário temos um Salvador, mas também Ele é Senhor nosso. Muitos tem interpretado essa liberdade como permissividade para o pecado, como que a Salvação pela Graça não nos submetesse a obedecer a Deus. Estes também estão condenados se não se arrependerem.
Aqui Paulo deixa muito claro que tal liberdade não nos dá o direito de viver de forma carnal.

(7). “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” – Gálatas 5.16-17 (ACF).
Paulo mostra-nos a batalha constante que todos nós temos, uma luta pelo controle da nossa vontade. De um lado temos nossa natureza caída, onde o pecado nos faz desejar aquilo que Paulo chama de concupiscência da carne, do outro lado temos o Espírito de Deus nos convencendo e nos ajudando a viver longe da carnalidade.
O apóstolo nos mostra a chave que nos fará viver sem ser dominado pelo desejo carnal e corrupto, “andando em Espírito”, deixando que o Espírito Santo nos guie. Aquilo com o que nos alimentamos no sentido espiritual é aquilo que seremos, se buscarmos as coisas de cima, teremos uma alma espiritual, mas se buscarmos as coisas carnais da terra, seremos homens e mulheres carnais.
(8). “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” – Gálatas 5.19-21 (ACF).
Agora ele nos apresenta uma lista das obras carnais, as quais nos distanciam de Deus e que nos fazem condenados se deixarmos elas nos dominarem:
Adultério: quando um homem ou uma mulher casada se relaciona com alguém fora do seu casamento. Jesus potencializou o sentido do adultério, dizendo que não somente o ato sexual fora do casamento é adultério, mas o desejo de possuir sexualmente alguém que não seja seu marido ou sua mulher (Mt 5.28).
Fornicação: quando duas pessoas praticam relação sexual sem serem casadas. Esse uma das obras da carne que mais tem se intensificado no meio dos jovens do mundo e dos cristãos.
Impureza: aqui temos várias formas de impurezas, pensamentos impuros que dominam a alma humana, palavras impuras e imorais como piadas obscenas, entre outras. Temos vários exemplos de canais ditos como “cristãos” que tem feito o evangelho de Cristo uma comédia, tanto os que fazem como os que apoiam estão na classe dos impuros.
Lascívia: a palavra no grego é “ἀσέλγεια” (aselgeia) é significa devassidão, libertinagem, sensualidade. O lascivo é aquela pessoa que se entrega totalmente a imoralidade e sensualidade como meio de prazer ou de despertar o desejo carnal alheio.
Idolatria: ato de adorar uma imagem, como se esta representasse algo sagrado, divino e com poderes de responder as petições a ela feita. Hoje o homem possui muitos ídolos que não são imagens de escultura, mas que tomaram o lugar de Deus em seus corações. A pornografia tem sido um ídolo na vida de muitas pessoas, inclusive de muitos crentes.
Feitiçaria: a feitiçaria é a prática oculta através de rituais que invocam forças e espíritos malignos. Encontramos hoje nas religiões afro, no espiritismo kardecista e nas religiões orientais que buscam contato com espíritos como uma forma de resposta às suas necessidades.
Inimizades: Jesus disse que devemos amar os que nos odeiam, e orar aos que nos perseguem. A vida do cristão em Espírito faz com que ele pague o mal com o bem. Além disso nosso inimigo não é nosso irmão, mas o diabo.
Porfias: São rixas, discórdias entre pessoas. Infelizmente isso está dentro das igrejas, pessoas competindo uma com a outra e vivendo de forma carnal.
Emulações: são os ciúmes carnais e que destroem os relacionamentos dentro da igreja, pois tais pessoas têm ciúmes daquilo que Deus deu a outro irmão, ou a forma como Deus tem usado ela, isso é uma obra carnal que se não tratada para libertar leva o crente a condenação.
Iras: a ira é diferente do sentimento de raiva. A raiva é o sentimento imediato que tenho quando alguém me ofende, a ira é a atitude que tomo quando sinto raiva. Devemos seguir o exemplo de Jesus que diante das tantas provocações e insultos, se manteve calado sabendo que a justiça vem de Deus.
Pelejas: são consequências devido o partidarismo dentro da igreja, são as contendas, as rivalidades que minam a unidade do corpo.
Dissensões: é o mesmo que desunião, divisão ou distanciamento. Esta obra carnal quando entra na igreja destrói a comunhão que fortalece o corpo de Cristo.
Heresias: a heresia é o ensino errado do evangelho, é o falso evangelho (Gl 1.8) e que anula o sacrifício de Cristo. Elas devem ser combatidas por aqueles que a identificam, pois se permanecerem viram uma doença, matando espiritualmente os crentes.
Invejas: a inveja vai além da emulação (ciúme), a pessoa invejosa além de ter ciúmes daquilo que o outro possui, ela quer aquilo e se não têm, seu desejo é que o que possui perda. É como aquele ditado: nem meu, nem teu.
Homicídios: é o ato de tirar a vida de alguém. Porém João diz que o crente que odeia seu irmão é o mesmo que um homicida (1Jo 3.15).
Bebedices: a prática de se embriagar era algo muito comuns nos dias de Paulo, porém tal prática tira o discernimento na mente do ser humano. A vida boemia não faz parte da vida do cristão.
Glutonarias: a glutonaria é a prática de comer de forma desenfreada, mesmo após estar saciado. Nos dias de Paulo, os glutões comiam e depois de estarem saciados, vomitavam para poderem voltar a comer e beber nas suas orgias sexuais.
Paulo conclui dizendo que existem outras obras da carne semelhantes a estas na lista, e deixa claro que viver dessa forma faz com que não herdem a vida eterna, pois após virem para Cristo, suas obras carnais devem ser abandonadas.

(9). “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” – Gálatas 5.22-23 (NVI).
A forma singular “fruto” indica que as virtudes descritas aqui atuam em unidade e significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.
Amor: o amor é a base para todas as outras virtudes (1Co13; Ef 5:2). Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade do amor na vida dos (Gl 5.6,13).
Ele não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos cristãos:(1 Jo 4.8; 4:19); (1Pe 4.8); (Jo 13.34-35).
Alegria: essa alegria é aquela que o apóstolo Pedro disse é “inefável e gloriosa” (1 Pe 1.8). É também aquela que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: “entristecidos, mas sempre alegres” (2Co 6.10). A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com que nos alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28).
Paz: aquela que transcende todo nosso entendimento, a paz em meios as tempestades.
Paciência: paciência ou perseverança é a virtude de esperar se desesperar-se, é confiar em Deus e em suas promessas. Isso só é possível através do Espírito Santo.
Amabilidade: algumas traduções sugerem benignidade, é a virtude onde o cristão é amável com todos as pessoas, sendo benignos para com todos sem fazer acepção de pessoas.
Bondade: a bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e expressa nas ações daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e espiritual produzida pelo Espírito Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e pelo que é correto. Essa bondade no leva a rejeitar tudo o que é mal e perverso.
Fidelidade: é ser leal em todas as instâncias, ser fiel a Deus, as pessoas e aos compromissos.
Mansidão: a pessoa mansa é aquela que diante de situações adversas, ela é pacífica em todas as instâncias.
Domínio próprio: A palavra no grego tem sentido que descreve a capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o domínio próprio, submetemos todas as nossas vontades à obediência a Cristo.
(10). “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” – Gálatas 5.24-25 (NVI).
Paulo concluí esse capítulo deixando claro que se realmente pertencemos a Cristo devemos crucificar nossos desejos e paixões carnais, assim como Cristo na cruz morreu pelos nossos pecados, assim nós devemos morrer para as obras da carne.

Pastor Urias Junior


 

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Att:Paulo Diego Alves