Epístola aos Gálatas – CAPÍTULO 02 (Explicação/ Estudo/Esboço)

 

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ANÁLISE DA CARTA DE PAULO AOS GÁLATAS – CAPÍTULO 2
(2.1-21)
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Introdução –

Paulo continua neste capítulo 2 no mesmo fluxo de pensamento do capítulo anterior, expondo a forma com a qual Jesus apareceu e revelou o evangelho que ele deveria pregar aos gentios. Narrando a história de seu contato com os demais apóstolos e de como lhes falou sobre a natureza do evangelho para com os gentios, e como deveria ser pregado e ensinado a eles.

Análise do texto – Vers. 1-21

(1). “Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito” – Gálatas 2.1 (ACF).
Passados catorze anos da sua primeira visita a Jerusalém depois de convertido onde falou com o apóstolo Pedro (Gl 1.18), Paulo juntamente com Barnabé e Tito, “sobem” para Jerusalém. A expressão “subir” é usada sempre pelos judeus quando estes estavam indo para Jerusalém, e a expressão “descer”
é usada quando deixavam Jerusalém, sem que isso envolvesse qualquer
consideração topográfica ou posição geográfica.

(2). “E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho, que prego entre
os gentios, e particularmente aos que estavam em estima; para que de maneira
alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão. Mas nem ainda Tito, que
estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se” – Gálatas 2.2-
3 (ACF).
Paulo deixa claro que foi Deus quem o mandou ir até Jerusalém, não foi pela
sua vontade, mas por revelação divina, tendo como objetivo expor para eles que o
evangelho de Cristo para os gentios tinha recomendações diferentes daquelas que
os judeus praticavam.
Paulo foi aos que “estavam em estima” ou aos de maior influência na
igreja em Jerusalém que nesse momento eram Pedro, Tiago e João, conforme ele
afirma posteriormente (Gl 1.9).
Tito não era judeu como Paulo e Barnabé, mas era gentio1, e portanto não
era circuncidado, algo que para um judeu que obedecia a lei de Moisés era
proibido desde os tempos de Abraão, pois fazia parte da aliança de Deis com o
seu povo Israel (Gn 17.10-14). Mas o que Paulo está querendo dizer é que para
os gentios não havia obrigatoriedade da circuncisão, pois a salvação não vem da
lei, mas através da fé em Jesus Cristo, e isso Tito tinha ao se tornar um cristão.

(3). “E isto surgiu por causa dos falsos irmãos que se haviam infiltrado para
espreitar a liberdade que temos em Cristo Jesus e nos reduzir à escravidão. A
esses não nos submetemos por um instante sequer, para que a verdade do
evangelho permanecesse entre vocês” – Gálatas 2.4-5 (NAA).
Os falsos irmãos a quem Paulo se refere são aqueles que estavam tentando
perverter o evangelho de Cristo para os gentios, aqueles que pregaram o que
Paulo chama de o “outro evangelho” (Gl 1.8). Estes falsos irmãos eram judeus
que haviam aceitado Jesus como o Messias, porém pregavam que para ser salvo
deveriam obedecer a lei dada a Moisés. Estes foram conhecidos como os
judaizantes, dando origem posteriormente a uma seita chamada de ebionistas.
Como aos gentios Deus deu uma liberdade diferentes na forma de servir a
Deus, muitos judeus achavam que isso estava errado, mas Paulo diz que estes só
queria bisbilhotar a liberdade que os gentios têm em Cristo.

(4). “antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me
fora confiado, como a Pedro o da circuncisão (pois aquele que operou
eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou
eficazmente em mim para com os gentios) e, quando conheceram a graça que
me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a
mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os
gentios, e eles, para a circuncisão” – Gálatas 2.7-9 (ARA).
Aqui fica evidente duas coisas; primeiro que embora o evangelho seja um
só, a forma de servir a Deus é diferente entre judeus e gentios. O evangelho da
circuncisão é aquele que foi pregado aos judeus, onde eles serviam a Deus dentro
dos preceitos da lei, e o evangelho da incircuncisão é aquele que foi pregado aos
não judeus (gentios), onde eles poderiam servir a Deus desobrigados de vários
pontos encontrados na lei de Moisés.
Segundo: assim como Deus escolheu Pedro para pregar aos judeus o
evangelho da circuncisão, a Paulo mesmo ele sendo judeu, Deus o escolheu para
levar aos gentios (incircuncisão).
E quando Paulo expôs o evangelho que Jesus revelou a ele (Gl 1.12) a
Pedro, Tiago e João, este deram “a destra da comunhão”, ou seja, sendo este
apóstolos antes de Paulo e Barnabé, reconheceram o chamado deles e apertaram
as mãos em concordância de que o evangelho possui um só salvador, porém há
uma liberdade na forma de servi-lo.

(5). “recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que
também me esforcei por fazer” – Gálatas 2.10 (ARA).
A igreja primitiva sempre se importou com os pobres e menos favorecidos,
para que embora fossem pobres materialmente se tornassem ricos para com Deus
fé. Paulo durante seu ministério procurou honrar essa orientação (Rm 15.25-26;
2Co 9.1-2).

(6). “Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque
havia se tornado repreensível. De fato, antes de chegarem alguns da parte de
Tiago, ele comia com os gentios; quando, porém, chegaram, começou a
afastar-se e, por fim, separou-se, temendo os da circuncisão. E também os
demais judeus se fizeram hipócritas juntamente com ele, a ponto de o
próprio Barnabé ter-se deixado levar pela hipocrisia deles. Quando, porém,
vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, eu
disse a Cefas, na presença de todos: Se você, que é judeu, vive como gentio e
não como judeu, por que quer obrigar os gentios a viverem como judeus?” –
Gálatas 2.11-14 (NAA).
Para mostrar que até mesmo um homem de Deus da estatura de Pedro
pode errar, Paulo escreve narrando um fato que aconteceu quando Pedro (Cefas)
quando este estava em Antioquia da Síria. Antioquia era uma cidade muito
importante, foi a primeira cidade em que foi fundada uma igreja de gentios, sendo
nessa cidade que os seguidores de Cristo foram chamados pela primeira vez de
cristãos (At 11.26), também foi a base missionária do apóstolo Paulo em suas
viagens.
Pedro era um judeu, assim como Paulo e ambos estavam no meio dos
gentios fazendo uma refeição, porém quando os da parte de Tiago, ou seja, os
judeus cristãos que vieram de Jerusalém como representantes de Tiago chegaram,
Pedro e outros judeus cristãos, assim como Barnabé se levantaram, com medo
dos judeus enviados por Tiago.
Nesse momento, mesmo Paulo sendo um apóstolo que veio depois de
Pedro, o repreendeu, e não somente a ele, mas a todos os judeus que se
levantaram da mesa. Pois estavam errados e ainda não entendiam que em Cristo a
parede que separava gentios de judeus havia sido derrubada (Ef 2.14-15).

(7). “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e
sim mediante a fé em Jesus Cristo, também temos crido em Cristo Jesus, para
que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por
obras da lei ninguém será justificado” – Gálatas 2.16 (NAA).
A ideia de Paulo é deixar claro que, a tentativa de ser salvo por obedecer
aos preceitos da lei não justifica o homem diante de Deus. A única forma de ser
aceito por Deus é aceitar pela fé o Seu Filho.
Todo cristão que busca se justificar diante de Deus por circuncidar, guardar
o sábado, não comer certos tipos de carne, entre outras observâncias da lei como
os judeus faziam, na verdade não será justificado, pois anula o único meio de
salvá-lo: a fé em Jesus.

(8). “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se
que Cristo morreu em vão” – Gálatas 2.21 (NAA).
Paulo concluí esse capítulo 2 deixando claro aos cristãos que estavam
sendo seduzidos a voltar para a lei como meio de salvação, que se a lei fosse o
meio pelo qual o homem pudesse ser salvo, então Cristo morreu em vão, pois na verdade Ele nem precisava ter vindo ao mundo, se a lei pudesse salvar o homem.
Que possamos entender a diferença entre o meio de salvação e a forma de servir a Deus como salvos. Muitos judeus cristão continuaram servindo a Deus nos preceitos da lei mosaica, mas com o entendimento que a observância da lei não gera salvação, mas sim a fé sincera no sacrifício de Jesus Cristo.

Pastor Urias Junior


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Att:Paulo Diego Alves