EPÍSTOLAS
AOS EFÉSIOS – CAPÍTULO 03
INTRODUÇÃO: Neste capítulo estudaremos a confiança de Paulo em Deus, relembrar
sobre algumas situações adversas em seu ministério que incluiu prisões,
sofrimentos e dores em prol dos gentios. O Apóstolo bem sabia que anunciar o
Reino de Deus implicaria em algumas situações
desagradáveis, porém, jamais desfalecia na fé. Paulo tinha convicção que
tudo possui um propósito. Na segunda parte do estudo veremos a oração intercessora
do apóstolo e os aspectos centrais de suas orações.
Análise
do texto – Vers. 1 ao 13
V.1 ao 5:
Ao fazer
abertura do capítulo três de Efésios, Paulo destaca a sua condição de
prisioneiro, o processo de sua vocação e como lhe foi “este mistério
manifestado pela revelação” (3.1-3).
Em passagens correlacionadas, Paulo deixa claro que não recebeu seu apostolado
de homem algum (Gl 1.1), que a
doutrina que ensinava não aprendeu com nenhum homem (Gl 1.11) e que ao ser
enviado aos gentios não consultou homem algum (Gl 1.16). Significa dizer que a
chamada, a doutrina e a comissão lhe foram divinamente confiadas “pela revelação de Jesus Cristo" (Gl
1.12). O apóstolo assegura ainda que o mistério oculto foi revelado pelo
Espírito de Deus a ele e aos demais apóstolos e profetas (At 11.4-17, 27). Ele indica que o mistério divino não poderia ser desvendado
por meio do raciocínio intelectual. Portanto, o apóstolo enfatiza que o
mistério foi dado a conhecer por meio da “revelação
divina" e não por sabedoria humana (1 Co 2.4).
V. 6 ao
10: Em
termos gerais o "mistério oculto
revelado" destacado nos
versículos, é a Igreja. Essa revelação começa pela declaração de que o Pai
idealizou tudo desde sempre (1.14; 3.11); e prossegue com a execução da Obra de
Cristo (1.7; 2.15); e também com a criação de uma nova humanidade (2.1-10);
como também a união de judeus e gentios como família de Deus e Corpo de Cristo (2.11-22; 3.6); e a comunicação dessas
verdades aos santos apóstolos e profetas. “Por fim, o anúncio dessas dádivas do
ministério revelado recai somente sobre a responsabilidade da Igreja,
para que a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida” (3.10). Significa
que a própria Igreja é a principal agência divina de divulgação desse "mistério"
a fim de unir todos os homens em um só povo por meio de Cristo.
Duas
considerações nós podemos fazer aqui, a primeira é que temos uma
grande responsabilidade para com os homens que não conhecem a verdade e a segunda é que se Cristo nos uniu em um
só povo, porque existem divisões entre nós? É tempo de pregarmos Cristo e
sermos unidos através da mesma fé, que nossos costumes, liturgias e outros não
sejam mais fortes e predominantes que a nossa confiança em Cristo. Que venhamos
enxergar o nosso irmão como membro da nossa família, e que sejamos um só povo,
guiados por um só Espírito, caminhando e marchando para o céu.
A magnitude do mistério.
Outrora ninguém tinha ventilado a possibilidade da formação de um só povo, sem distinção de pessoas, etnia ou classe social; mas em Cristo e por Cristo, todos são um e participantes da mesma promessa (GL, 3.28; Ef 3.6,Cl 3.11). Até mesmo alguns líderes da primitiva igreja demoraram a entender esse mistério onde todos são aceitos em Cristo (At 11.4-17). Esse mistério, ora revelado, deve ser propagado aos homens conforme Deus planejara desde o princípio.
“Os apóstolos e a igreja
primitiva morriam em prol do evangelho, porém os crentes da atualidade, mal
conseguem vivenciá-lo”.
Por mais dura que seja esta
realidade ainda da tempo de revertermos e mudarmos a postura. Como igreja precisamos
abraçar a causa de Cristo, sermos testemunhas e sofrer pela obra do Senhor.
O Apóstolo Paulo pede no versículo 13 para que os cristãos de Éfeso não “sofressem” ou se “angustiassem” com aquilo que ele estava passando, pois sabia que tudo valeria a pena no final. Que sejamos como Paulo e não fiquemos presos às circunstâncias do momento, que nossa confiança esteja sempre no Senhor, e que nossa fé permaneça sempre nEle!
Análise
do texto – Vers. 14 ao 21
V. 14 ao
16: O
apóstolo inicia sua oração ao Senhor com um pedido duplo: o poder do Espírito no homem interior e a presença de Cristo nos corações dos crentes (3.16,17).
(1). As riquezas da sua glória. Paulo apresenta sua oração
confiando “nas riquezas de sua glória
[a de Deus]" (3.16). O apóstolo já havia declarado que Deus é “o Pai da
glória" (1.17), cheio de” abundantes riquezas de sua graça" (2.7;
3.8). O que significa que Ele é possuidor de todas as glórias e despenseiro de
ricas e ilimitadas bênçãos. Em razão disso, Paulo pede para que a Igreja seja
fortalecida com poder, que seja habitada
por Cristo, que compreenda o amor divino e tenha pleno desenvolvimento
espiritual (3.16-19).
(2). Fortalecidos com poder. O primeiro pedido do apóstolo é
para que a
Igreja
seja corroborada “com poder pelo seu
Espírito no homem interior" (3,16).
Essa
petição não quer dizer que a Igreja em Éfeso não tivesse o Espírito de Deus
(1.14), mas que ela fosse continuamente revigorada com poder e,
consequentemente, em seu fortalecimento diário (1 Co 16.13). Ainda enfatiza
que a
única força que habilita o crente a se manter firme advém do Espírito Santo (Jo 14.16,17), que atua
no homem interior e capacita o crente a perseverar, a manter-se afastado do
pecado e a compreender as coisas espirituais (1 Co 2.12-16).
(3.)Habitados por Cristo. O apóstolo também orou para que Cristo habitasse pela fé nos corações dos santos (3.17), o que também não significa dizer que Cristo não estivesse presente na Igreja em Éfeso. No versículo em questão, o verbo grego é katoikein, significa “habitação permanente" em oposição à ”habitação temporária". Isso indica que a oração apostólica era para que Cristo habitasse continuamente na vida da Igreja. Assim, o ensino apostólico ratifica que sem Cristo, a igreja não pode subsistir as forças do mal (Mt 16.18).
A igreja
contemporânea tem deixado de lado a busca pelo Espírito Santo. São tantas
campanhas e tantos propósitos, mas geralmente a busca pelas coisas espirituais não
são tão evidenciadas. Como seremos de fato igreja se abandonamos aquilo que
deveria ser a base? Como viveremos coisas espirituais se não as buscarmos? Que venhamos mudar nossas orações e
dedicarmos tempo para buscar os dons do Espírito Santo, que sejamos revestidos
de poder para vencer as astutas ciladas do inimigo, permanecendo firmes e
selados até o dia do encontro com o nosso Senhor.
V. 17 ao
19: Após
rogar ao pai pelo poder do Espírito e a habitação de Cristo, o apóstolo clama
para que a lgreja possa também compreender e praticar o amor (3.16,17). A expressão “arraigados e fundados em amor” (3.17) compara os santos como uma planta bem enraizada e uma casa bem alicerçada. Indica que sem o amor,
a vida cristā não tem sustentação
alguma (1 Co 13.1-3). Por causa
disso, o apóstolo insiste pela total
compreensão de "qual seja a
largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade" do amor divino (3.18).
O uso dessas expressões aponta para
a vastidão do amor de Cristo, "que excede
todo o entendimento" (3.19) e indica
que a lógica humana não pode mensurar
o amor de Deus.
Paulo, consciente
de que somente o Espírito pode fazer entender e experimentar a grandeza do amor
de Deus, pede para que os crentes conheçam a intensidade do amor de Cristo
(3.18,19). A ênfase recai em que Cristo
nos amou e ainda nos ama e que, por isso, devemos amar uns aos outros (1 Jo 4.10-11). O apóstolo sabe quer o
esforço humano não pode atingir essa meta; assim, ele acrescenta esse pedido à
oração para que os crentes sejam “cheios
de toda a plenitude de Deus” (3.19).
V. 20 e
21: Paulo
termina a oração enfatizando a
magnitude do poder de Deus, lembrando-os que o Senhor pode fazer infinitamente
mais do que pedimos ou pensamos. Isto significa que aquilo que Deus pode fazer
ultrapassa em muitos os nossos melhores anseios e desejos. Você pode estar
orando para Deus mudar e salvar alguém da tua família, mas Deus pode fazer
muito mais que isso. Ele pode salvar e usar esta pessoa para ganhar almas e este
(a) vir a ser um vaso usado (a) em suas
mãos. Não podemos de forma alguma tentar limitar o agir de Deus e nem colocar barreiras
em seu operar. Eu ainda acredito que as coisas que sequer ”subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o
amam” (1 Co 2:9)
Paulo encerra esse capítulo com o convite de adoração a Deus, cuja gloria é devida "na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações” (3.21). A Conclusão paulina não poderia ter sido diferente. Nos versículos anteriores ele discorreu acerca da boa nova do mistério revelado (3.3-5), das muitíssimas riquezas de Cristo conferidas a lgreja (3.8,9), da grandeza do poder de Deus (3.16), e da infinitude do amor e de todas as bênçãos Divinas que excedem a compreensão humana (3, 19,20). Além dessas e das demais bênçãos, a única coisa a ser acrescentada era louvor ao Senhor Deus, detentor de tantas dádivas.
Conclusão
A carta
aos Efésios tem grandes ensinamentos para nós, conselhos que iluminam a nossa
vida e nos direcionam enquanto cristãos. É preciso seguir estes princípios para
conseguirmos experimentar a boa perfeita, perfeita e agradável vontade do
Senhor. Uma vida sem amor e sem Espírito Santo é uma vida longe de Deus. As
pessoas que buscam as coisas espirituais são as que conseguem viver em
intimidade com Deus. Esse estilo de vida, faz o cristão receber bênçãos
extraordinárias e inéditas que são prometidas aos que Nele confiam. Que
creiamos no Deus que pode fazer além do que pedimos e pensamos, que a mão
poderosa e salvadora do Senhor esteja sobre nós, nossa família e nossos
projetos.
Deus
abençoe!
Paulo Diego Alves
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Att:Paulo Diego Alves